A médica explica que o TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento que pode levar a significantes prejuízos nas áreas da sociabilidade, da comunicação e do comportamento. No autismo, cada criança é afetada de uma maneira diferente, com sinais e sintomas variados, em vários níveis de gravidade. "Entretanto, em todos os casos de TEA, há o que chamamos de 'díade do autismo'. Ou seja, são perceptíveis os sintomas que afetam a comunicação social e os relacionados aos comportamentos repetitivos ou restritos, que precisam estar presentes para confirmar o diagnóstico", afirma a neuropediatra.
Um dos principais sinais do autismo é o atraso na fala. "Normalmente, o atraso [ou a regressão] na aquisição da fala é o que faz os pais procurarem um especialista. Entretanto, é só um indício e pode estar relacionado a outras condições. O autismo também afeta a interação social, portanto, são crianças com dificuldade em fazer amizades e interagir com outras pessoas", esclarece Andrea Weinmann.
Apesar da fala ser importante, é possível perceber os sinais do Transtorno do Espectro Autista precocemente. "Os pais precisam prestar atenção também na linguagem não verbal, sendo o choro um ótimo exemplo. Bebês muito silenciosos, que ficam quietos no berço, no carrinho, sem necessitarem do colo, por exemplo, precisam ser avaliados. Outro exemplo é a habilidade de abanar a mão, que surge entre os oito ou nove meses, como se fosse um tchau. Bebês com o autismo podem não desenvolver esta habilidade", comenta a especialista.
Segundo a médica, quando há três déficits de comunicação social e pelo menos dois de comportamento repetitivos e restritos é confirmado o diagnóstico, em crianças a partir dos três anos de idade. "Embora haja uma idade para o diagnóstico, vale lembrar que os sinais do TEA estão presentes desde o nascimento e, quanto antes os pais procurarem ajuda, melhor será o desenvolvimento da criança", alerta a neuropediatra.