Para que possamos proporcionar as nossas crianças um bom desenvolvimento da linguagem, precisamos identificar os fatores que podem estar atrapalhando o processo de aquisição da fala. A seguir falaremos sobre 5 fatores importantes que podem estar atrapalhando seu filho a falar.
1º CHUPETA - A chupeta causa prejuízos no desenvolvimento da fala, interfere na respiração e na eficiência da mastigação, além de atuar como um impedimento mecânico na produção da fala, por ficar ocupando espaço na boca da criança. O posicionamento da boca no uso da chupeta também proporciona uma fraqueza da musculatura que dificulta a criança produzir os sons com a precisão necessária, mesmo que a criança utilize a chupeta apenas para dormir, o ato de sugar traz a musculatura da boca uma memória de movimentação muscular inadequada, o mesmo acontece quando a criança “chupa dedo”.
2º MAMADEIRA - assim como a chupeta, a mamadeira promove os mesmos prejuízos, além de influenciar negativamente a criança na aceitação de alimento sólido. Quando a base da alimentação é a mamadeira, a criança não mastiga com a frequência necessária o alimento sólido e não desenvolve adequadamente a musculatura da boca e da face que são tão importantes para o ato de falar. É importante que os pais procurem um médico e um nutricionista para verificar a real necessidade da quantidade de leite que a criança está ingerindo, afinal, muitas vezes o leite é dado pelos pais, mais por um “costume” do que de fato por uma necessidade nutricional. Que tal substituir a mamadeira, oferecendo o leite ao seu filho em um lindo copinho escolhido por ele?
3º TELAS: a utilização de telas (celular, tablet, televisão) como “babá de entretenimento” para a criança atrasa muito o desenvolvimento da fala de seu filho. Seres humanos aprendem a se comunicar interagindo com outros seres humanos, as interações com pessoas promovem reações reforçadoras para a criança, que despertam nela o desejo de se comunicar. Quando seu filho assiste a um vídeo engraçado ele dá risada do vídeo, mas, quando ele faz ou diz algo engraçado a tela não emite reação nenhuma ao ato comunicativo dele. Assim sendo, ele não assimila que sua fala causa reação e atitudes nas outras pessoas, fazendo com que ele não utilize de forma funcional as palavras que aprende através dos vídeos que assiste. Portanto, ele poderá até aprender falar palavras com as telas, mas, não aprenderá a se comunicar de forma funcional com elas. Importante destacar que para cada faixa etária, existe um tempo máximo de utilização de telas recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que você poderá verificar clicando nesse link https://proevoluir.com/noticias/item/33-estimulando-a-linguagem-de-seu-filho-frente-as-telas
4º NÃO TER LUGAR NO DIÁLOGO: muitas vezes os pais e familiares falam o tempo todo, fazem perguntas e realizam as respostas como se fosse a criança e não dão tempo para que a criança fale. É muito importante que o adulto dê oportunidade (tempo) para que a criança elabore e planeje a resposta dela, do jeito dela. Não existe comunicação sem troca de turno, cada um precisa ter a sua vez no diálogo. Dê sempre um tempo para sua criança se expressar, ela precisar ter um lugar no diálogo.
5º COBRANÇAS EXCESSIVAS: a fala deve ser natural, deve partir de um ato intencional, por isso deve acontecer através de tentativas prazerosas para a criança. Ficar insistindo com uma criança que está com atraso de fala para repetir algo que você diz é tocar na ferida dela, tentando fazer ela produzir algo que talvez ela ainda não esteja pronta para fazer e nem está sendo prazeroso e reforçador para ela. Quando você cobra a fala da criança o tempo todo, ou corrige a fala o tempo todo, você estará causando frustração, reduzindo a intenção dela de se comunicar e promovendo na criança aversão ao ato de falar. É preciso valorizar cada pequena tentativa da criança de falar, valorizar também a comunicação eficiente realizada através de gestos e deixar a criança muito motivada para que falar seja um prazer e não um problema.
Adriana Duarte - Fonoaudióloga
Telas x linguagem: aliadas ou rivais?
Sabemos que manter as crianças longe das telas é um dos nossos maiores desafios como pais. Em tempos de pandemia, quarentena e covid-19, essa tarefa se torna ainda mais difícil, não é? Então, o que devemos fazer para transformar esses recursos em aliados, principalmente quando pensamos em estimulação de linguagem?
O primeiro passo é respeitar os limites de tempo conforme a faixa etária da criança. Segundo estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para quem tem até 1 ano, não é recomentado ter contato com telas; para as crianças de 1 ano, deve-se evitar tempo sedentário de tela; para as de 2 anos, a orientação é de até uma hora ou menos. Para aquelas que tem entre 3 e 5 anos, o tempo sedentário de tela também não deve ultrapassar uma hora, sendo quanto menos, melhor.
Esse estudo apontou que as crianças de até 5 anos devem passar menos tempo sentadas em frente a telas ou contidas em carrinhos de bebê e assentos, ter melhor qualidade de sono e mais tempo de atividades físicas para crescerem saudáveis. Já para as crianças acima de seis anos e adolescentes, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda duas horas de tempo máximo de uso de tela, ressaltando as atividades acadêmicas.
Nesse sentido, como podemos transformar esse tempo de tela sedentário em tempo produtivo?
A escolha do conteúdo como jogos, vídeos e músicas conforme cada faixa etária, dentro do período adequado, é outro passo importante, pois assim as telas serão utilizadas a favor das crianças, promovendo o seu neurodesenvolvimento. As estimulações para o desenvolvimento da linguagem devem ocorrer de forma bem lúdica, cumprindo alguns requisitos:
Além dos recursos elencados anteriormente, assistir a vídeos musicais em que possam ser realizadas coreografias com a criança também configura opção eficaz, pois estimulam habilidades como imitação motora, verbal e esquema corporal.
Sempre devemos nos lembrar de liberar a criança que existe em nós, sem constrangimentos e com muita criatividade, e compartilhar esses momentos em frente às telas com nossos filhos.
Fga. Luciene Gontijo
Estudos sugerem que quando sentimos de forma desproporcional e por longo período de tempo, tristeza, angústias, raiva, revoltas e diversas outras emoções e sentimentos desagradáveis, fisiologicamente, é como se algo dentro de nós aquecesse a ponto de queimar ou simplesmente congelamos, isso se dá devido uma tentativa de regulação do nosso organismo para que não entremos em um colapso, mas as consequências desta luta interior podem gerar graves adoecimentos.
Os motivos de nossas frustrações são diversos e passam pelo crivo de nossas experiências individuais e nossas interpretações, o que é para um não é para outro, mas não se pode menosprezar o valor que cada um atribui aos seus sofrimentos.
Ao contrário do que muitos pensam o tempo não é critico na resolução das frustrações. A resolução passa na maioria das vezes pela ação que tomamos frente às situações que enfrentamos.
Para promoção desta virtude de ação é importante não sermos tão sensíveis as tomadas de decisões a ponto de nos tornarmos receosos e assim retroceder, mas caso não haja uma sensibilidade suficiente seremos imprudentes podendo tomar atitudes como agressividades verbais e até físicas.
Então um equilíbrio e harmonia nas tomadas de decisões são vitais, bem como, a avaliação de diferentes contextos que nos rodeiam, ou seja, cada caso é um caso e isto merece apreciação.
Algumas dicas podem nos ajudar a lidar com as frustrações:
Lembre-se: O objetivo não é esquecer as frustrações e sim entre outros, contorná-las, rompê-las, ressignificá-las, vencê-las, etc.
Psicólogo: Ronilson Nogueira
Sabemos que crianças com TOD - Transtorno Desafiador Opositor, apresentam comportamento marcado por uma irritação excessiva, agem de maneira impulsiva, demonstram dificuldade em lidar com frustações e podem ainda apresentar déficits, tais como, atrasos de desenvolvimento, dificuldades de socialização e comunicação.
O que podemos fazer para auxiliar nossas crianças e propiciar a elas momentos de equilíbrio emocional, socialização e aprendizagem em nosso lar?
O brincar é um excelente instrumento para a estimulação da aprendizagem da criança. Quando brinca ela aprende, faz leitura do mundo, experimenta possibilidades, estabelece relações sociais, conquista autonomia de ação e equilibra emoções. O brincar oportuniza o desenvolvimento da linguagem e da coordenação motora.
Nosso Lar pode se tornar um espaço de muita brincadeira, o que auxiliará de forma significativa o desenvolvimento da criança com TOD. No entanto é necessário que a família se envolva nesta brincadeira de forma direta. Muitas vezes você precisará propor a brincadeira, estimulá-la a participar e estabelecer junto com ela as regras.
Importante frisar, que, antes de propor a brincadeira, a família deve observar as preferências da criança, bem como, as atividades que mais chamam a sua atenção, desta forma, terão maior possibilidade de obter sucesso.
Na lista a seguir selecionei 7 brincadeiras que irão contribuir para o desenvolvimento das crianças com TOD:
1. MODELAGEM COM MASSINHA OU ARGILA
Brinque de modelar bolinhas, bonecos, comidinha, a brincadeira com massinha pode possibilitar a expressão de sentimentos, através de outro veículo de comunicação, diferente da linguagem verbal. Nessa brincadeira a criança é livre para criar sem modelos ou regras.
2. CONSTRUÇÃO COM LEGO
O brincar agora é com Lego, vamos dar asas à imaginação. Utilize os brinquedos de encaixe para construir cidades, carros, robôs, entre outros. A brincadeira com Lego possibilita a criança desenvolver a criatividade, o planejamento, estabelecer um tempo de construção, manter a concentração, lidar com as frustações e conquistar confiança.
3. QUEBRA-CABEÇA
Monte quebra-cabeça junto com a criança, essa é uma brincadeira que desafia o raciocínio lógico. O quebra-cabeça exige planejamento e memorização, são excelentes para treinar e fortalecer a atenção e concentração da criança com TOD.
4. TEATRO E FAZ DE CONTA
Uma boa maneira de iniciar a brincadeira é montar um cenário para o teatro ou brincadeiras de faz de conta e escolher os personagens, que podem ser fantoches ou bonecos. As crianças podem imitar animais, super-heróis, desenhos animados e até pessoas. É uma excelente forma de interagir com os pequenos, descontrair e treinar o convívio social.
5. DESAFIO PESSOAL
A brincadeira é o famoso “Morto ou Vivo”, consiste em Comando e Ação: ao comando da palavra “morto” a criança deve agachar, e ao ouvir o termo “vivo” deve ficar em pé. A brincadeira estimula a concentração, o controle da impulsividade e a conexão entre corpo e mente.
6. LEITURA EM VOZ ALTA
Leia para o seu filho, esse pode ser um momento precioso para se aproximarem. Quando fizer a leitura do texto, mude a entonação de voz, pode ser bastante divertido e com certeza atrairá mais a atenção dele. Escolha livros com temas Lúdicos.
7. ESPORTE
O Brincar agora envolve os jogos coletivos como o Futebol. Crianças com TOD devem praticar esportes, principalmente os coletivos, pois aprendem a obedecer regras, seguir comandos, interagir com o grupo e ainda gastam bastante energia.
Agora que você já sabe o caminho, vamos brincar, o tempo passa rápido e os nossos pequenos crescem muito depressa.
Vamos plantar sementes de amor para que no futuro elas possam germinar e nos trazer muitos frutos de felicidade.
Viviane Carneiro/ Psicopedagoga
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